terça-feira, 17 de novembro de 2015

Abertura total

Confesso!

Nunca consegui articular de forma eficaz uma estrutura para um livro. A única coisa que consegui escrever (assim para o longo) e que tem uma estrutura que admiro foi um guião para um musical… "À procura do Rock Português". Uma ideia maluca que tive a alguns anos e que pus em marcha mas que por falta de apoio caiu por terra. Adiante.

Por nunca ter conseguido escrever em livro ou sintetizar em forma escrita tudo o que aprendi sobre a espiritualidade, torna-me difícil passar conhecimento (ou experiência) para os outros.

Por outro lado, acabei por acreditar que no nosso caminho, não temos que forçosamente nos tornar (ou mostrar saber) gurus de um conhecimento que é demasiado volátil para ser posto em pedra.
Acabei por acreditar que a mais valia de ter algum conhecimento espiritual que possa ser útil aos outros, é que, quando estamos perto de quem precisa, e o nosso conhecimento (experiência) passa a ser útil, então entramos em acção e trasmitimos essa "mensagem" em forma de palavras directamente. E por isso, também acho que isso é muito certo, é muito genuíno, e que é sobretudo, mais real.


Muitas vezes as palavras que são escritas abrem espaço a interpretações. Essas interpretações podem muitas vezes levar a caminhos errados. Por outro lado, estará aquele que "sabe" e que "conhece" os meandros da divindade a querer reforçar o seu Ego ao querer ser visto como detender de um conhecimento espiritual e como tal ter seguidores? Aqui reside um dos perigos fundamentais para quem quer verdadeiramente ser espiritual. O ego não pode existir, ou antes, ainda que ele exista, temos que avaliar se as decisões que tomamos ou as acções que escolhemos tomar, tem uma razão (talvez inconsciente) que visa reforçar o Ego. Muita atenção aqui.

Posto isto, quando começo a escrever artigos destes, ando às voltas disperso-me sobre o que dizer.
Primeiro porque tenho a sensação de ter enciclopédias para dizer ao mesmo tempo que tenho nada, mesmo nada para dizer.

A intuição normalmente organiza-me a informação quando chega a altura de fazer. O discurso às vezes é científico, outras vezes é poético. Às vezes gostava de falar da mais normal tarefa que me leva a ficar "em stress" e como isso faz-me humano e como ser humano é bom. Depois gostava de contar como já vi coisas lindas desde mundo que não se vê mas que é muito visível quando limpamos a nossa atmosfera espiritual…

Pois é isso mesmo! Vamos andando para aqui ao sabor do vento. No entanto, vou tentar abrir-me mais, e tentar à medida que vou escrevendo aqui, passar alguma coisa que possa ser útil a alguém seja hoje, amanhã ou depois.

Se assim for, já vale apena a abertura total a este mundo…

Bem hajam,
Pedro Frias




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